segunda-feira

Mega Artesanal aos olhos de uma cadeirante


Amo ir a Mega Artesanal. Esse ano minha experiência foi um pouco diferente. Imobilizada a 15 dias fui a Mega em uma cadeira de rodas.
Na ida um misto de medo e preocupação com o novo...
Agradeço de coração a meu marido que me empurrou e auxiliou o dia todo, amo você Ed, sem você nada disso teria sido possível...




Entrada:
Desci do ônibus da Casa da Arte em frente a entrada "lojistas" e "cadeirantes". Boa surpresa pois nem imaginava como ia ser no meio de dezenas de milhares de pessoas com aquela entrada sempre muito lotada. Apesar do rapaz da entrada não ter gostado nada disso uma moça muito legal me permitiu entrar antes até o começo da feira onde esperaria a liberação para entrar na feira propriamente dita.
Um bombeiro me empurrou rampa acima e "estacionei" ao lado de uma cadeirante, Alice, que nesse meio tempo me deu boas dicas sobre minha nova experiência. Logo chegaram mais cadeirantes e outras pessoas com dificuldade de mobilidade e se uniram a nós esperando a autorização para entrarmos.


Aberto para todos:
As pessoas entraram correndo passando por nós como loucos...
Se aquele rapaz do controle de acesso tivesse conseguido que ficássemos na parte baixa poderíamos ter tido acidentes nessa hora...obrigada moça gentil e bombeiros.

Multidão correndo assusta muito vista em uma cadeira de rodas...




Andando pela feira:
Até a hora do almoço foi mais fácil. Depois das 13 hs começou a ficar muito cheia e tivemos que ir bem devagar.
Conseguia ver quase tudo mas as prateleiras mais altas das vitrines não...
Vários stands eu quis entrar mas não cabia...
Algumas pessoas me atenderam na porta do stand até me trazendo produtos para ver...
No stand dos pincéis Tigre fui atendida no caixa sem passar pela fila. Fiquei constrangida por que  não estou acostumada. Sempre ajudo no que posso com pessoas com pouca mobilidade e achei algumas pessoas que também se preocupam em ajudar...
Fui chutada por uma senhora que nem ligou, fingiu que nem era com ela e doeuuu...nem todos tem educação e solidariedade.
Muitas pessoas me olhavam com sorrisos e ternura, e muitas outras pareciam dizer "que faz aqui atrapalhando?" ou "sai da minha frente".



Stand Pincéis Tigre - minha primeira parada


Banheiro:
Confesso que a ida ao banheiro era um ponto de preocupação, mas achei um banheiro grande, onde a cadeira entrava totalmente, e foi bem mais fácil do que eu pensei.

Fotos:
Sabem que minha média de fotos é em torno de 600 para um dia de mega. Bem diferente dessa vez...
Foram 160 fotos. Metade tiradas pelo marido.
Um fotógrafo em uma cadeira muda tudo. Seus ângulos são limitados (para quem não tem experiência).
As lâmpadas amarelas em cima das artes refletem quando se olha de baixo.



Minha conclusão, vocês que convivem diariamente com dificuldade de mobilidade, que dependem pouco ou muito do seu semelhante, pra você hoje eu tiro meu chapéu. Você é um herói. 
E quanto as "pessoas" quem nunca pararam para pensar sobre isso, está na hora.
E creio que muitas pessoas necessitam passar por essa experiência nem que seja uma vez na vida.
Se esse texto serviu para ajudar um milimetro que seja a vida de alguém já valeu toda essa experiência...
Logo mais posto minhas fotos da feira!
Um abraço queridos leitores, Paula.

5 comentários:

  1. Fiquei encantada com seu post e acho que já está passando da hora de pensarmos nos cadeirantes e pessoas com dificuldades de acesso, nessas feiras.
    Adorei vc colocar as dificuldades que encontrou, assim pode-se repensar ao montarem stands.... parabéns, por ter enfrentado essa dificuldade momentânea e ter ido assim mesmo, parabéns por ter listado essas dificuldades, beijos e abraços deliciososss

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    1. Obrigada pelo comentário Doris, seja sempre bem vinda. Que minhas palavras realmente sirvam para ajudar! Bjo.

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  2. Muito legal seu blog e este post mostra sua sensibilidade com as pessoas que muitas vezes não temos ou por pressa ou por falta de atenção mesmo. parabéns.

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